sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Depressão

Tristeza é um sentimento humano, em geral associada a situações de frustração e de perda. É extremamente necessária, pois permite que a pessoa possa se aquietar, ficar introspectiva por algum tempo, refletir sobre as causas e o impacto destas frustrações e perdas, para sair fortalecida e enriquecida, mais preparada para enfrentar novas situações difíceis semelhantes.
Então, se a tristeza é um sentimento importante e necessário, qual seria a diferença da tristeza em relação à depressão?
Na depressão, a tristeza pode ser muito comum, porém sua essência é mais ampla e profunda, pois a depressão seria a expressão de um desgaste fisiológico excessivo do cérebro, criando uma condição com diversos sintomas e prejuízos que geram um enorme sofrimento, podendo levar a quadros graves de incapacitação e ser até fatal nos casos mais graves, levando ao suicídio.
A depressão, em última análise, é a expressão de um cérebro doente, injuriado por estresse, que perdeu boa parte da sua capacidade de se recompor, diante das exigências naturais da vida. Esse estado gera muita tristeza, mas a tristeza é apenas uma das expressões da depressão. Na depressão, o desânimo e o cansaço são a regra. Alterações e descontrole dos ritmos biológicos são muito frequentes, como insônias ou excesso de sono. A capacidade de pensar fica muito prejudicada, tanto pela dificuldade de concentração, pela forte tendência à insegurança e indecisão, como pelos pensamentos pessimistas, de baixa auto-estima, de culpa excessiva, de falta de esperança, podendo culminar com uma falta de perspectiva de soluções, levando, algumas vezes, ao desejo de morrer, de se matar.
Nos quadros mais leves, pode passar despercebida, como se fosse uma reação de estresse exagerada. Nos quadros mais graves, é uma doença fortemente incapacitante e por vezes letal.
A depressão prejudica a resistência do corpo a outros estresses e problemas, sendo que, a associação de um quadro depressivo com qualquer outra doença clinica, acaba levando a uma pior evolução, como já foi comprovado com as doenças cardiológicas, em que, a presença de depressão em pacientes que sofreram infarto do miocárdio, aumenta significativamente o risco de morte e incapacitação, quando comparados com pacientes com infarto sem depressão.
Alguns profissionais de saúde mental menosprezam a importância da depressão como uma doença de alto risco de prejuízos graves, sugerindo que toda a reação depressiva seria apenas uma reação psicológica, e que o uso de medicamentos não seria adequado. Eles desconsideram a enorme quantidade de estudos que comprovam os graves prejuízos causados pela depressão nos neurônios e em todo o cérebro, com fortes indicativos de aumento de diversos indicadores inflamatórios e sinais de lesão cerebral difusa, que ocorre nos quadros depressivos crônicos que se arrastam por anos.
O tratamento médico e psicológico é fundamental para tentar reverter este processo de desgaste fisiológico. Geralmente, o tratamento é demorado e complexo, exigindo períodos longos de seguimento médico e psicológico, pois a recuperação é muito lenta e o risco de recaída é sempre bem mais alto do que se supunha antigamente.

Ansiedade

Sentir ansiedade é uma experiência que todas as pessoas já viveram e, apesar de estar associada a lembranças nem sempre boas, é necessária, pois, sem ela, não nos prepararíamos de forma adequada para situações mais difíceis e exigentes, como enfrentar uma prova, uma entrevista de emprego, uma apresentação para toda a diretoria da empresa e, até mesmo, aquelas muito desejadas, como uma viagem esperada e o próprio casamento.
A ansiedade pode ser vivida como uma preocupação do dia a dia ou uma antecipação de um problema que ainda está por vir. Pode ser vivida mais como uma experiência física: tensão muscular, coração disparado, tremores, suor frio, falta de ar, tonturas... inúmeras sensações associadas a preocupações, situações que geram tensão, chegando a de medo ou pavor. Mesmo as que causam pânico, como ser assaltado ou sofrer um acidente, podem ser avaliadas como formas extremas de ansiedade. Todas essas expressões de ansiedade podem ser consideradas necessárias.
Então, quando alguma forma de ansiedade pode ser considerada patológica?
A ansiedade é patológica e necessita de tratamento médico e psicológico quando gera prejuízo na forma de sofrimento excessivo, limitações das atividades habituais ou incapacitação para a maioria das atividades. São situações de ansiedade intensa que ocorrem de forma frequente ou intermitente, muitas vezes como reações exageradas, fora de contexto, sem motivo aparente. A ansiedade patológica pode levar o indivíduo a se isolar, a evitar locais com muitas pessoas ou onde possa perceber qualquer nível de pressão ou dificuldade. Em alguns casos, a insegurança e a tensão são tão intensas que impedem a pessoa de sair sozinha de casa, enfrentar lugares fechados, ou situações rotineiras, como pegar metrô, se encontrar com os amigos e ir ao trabalho.
Existem diversas formas de ansiedade, como o Transtorno do Pânico, Transtorno de Ansiedade Social (ou Fobia Social), Transtorno de Ansiedade Generalizada, Fobias, e Transtorno de estresse pós-traumático.
O melhor tratamento costuma ser uma associação de medicamentos e psicoterapia, que devem ser avaliados por médicos psiquiatras e psicólogos de acordo com a peculiaridade de cada paciente acometido. É importante sempre avaliar a possível presença de outros problemas relacionados à saúde mental, como depressão, bipolaridade, uso de drogas lícitas ou ilícitas, ou outros problemas de saúde geral, como obesidade, hipertensão arterial e diabetes mellitus.
A CLIAD - Clinica de Ansiedade e Depressão, com seus 25 anos de experiência clinica, pode oferecer os tratamentos mais adequados, inclusive para casos mais graves e refratários, em função da grande expertise dos seus profissionais, que aliam conhecimento médico-científico sempre atualizado e de ponta, com uma prática clinica refinada por anos de atendimentos a pacientes, além da enorme experiência de apoio para a formação acadêmica de novos profissionais da área de psiquiatria e psicologia.