"Depressão" pode ter
vários sentidos para as pessoas. Em geral, é sinônimo de "tristeza",
como na perda de entes queridos ou nas grandes frustrações. Algumas vezes, a
"depressão" é tão forte que chega a atrapalhar a sua vida, e não pode
ser resolvida pela vontade ou com esforço próprio. Existe então uma Depressão
Clínica (ou Doença Depressiva).
Para nós,
médicos, a DEPRESSÃO é uma doença do corpo como um todo. Pode afetar o sono
(insônia ou excesso de sono), o apetite (comer demais ou perder o apetite), a
pessoa fica desanimada, tudo perde a cor e o brilho, e ela só pensa em coisas
ruins, negativas, pessimistas, às vezes, até em suicídio. O sentimento
predominante é a tristeza, e os passatempos e atividades que antes davam prazer
(às vezes até o desejo sexual) ficam sem graça. Muitas vezes as pessoas com a
doença depressiva ficam nervosas, irritadas com qualquer coisa. Perda da
concentração e da memória e insegurança podem aparecer, prejudicando a pessoa nas
suas atividades rotineiras.
Uma doença
depressiva não é uma "fossa" passageira. A doença depressiva
atrapalha, causa muito sofrimento, e se não for tratada, pode durar semanas,
meses ou até anos. O tratamento é eficaz e pode ser feito com medicação e, às
vezes, com psicoterapia associada, atingindo mais de 80% de remissão completa.
Existem vários subtipos de depressão, e o médico psiquiatra é o profissional
mais indicado para distingui-los e orientar o seu tratamento.
As causas da
doença depressiva ainda não estão claras. O fator familiar é muito importante:
acontecem muitas depressões clínicas em pessoas da mesma família. Alterações
químicas cerebrais já foram comprovadas em toda depressão. Situações
estressantes parecem só precipitar a depressão em pessoas com esta tendência.
Mesmo assim, a doença depressiva é muito comum, afetando de 10 a 15% das
pessoas durante a vida. Muitas das pessoas afetadas não procuram tratamento por
não saberem que são portadoras da depressão, sofrendo desnecessariamente.
Dr. Teng Chei Tung
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