quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Tímido? Só um pouquinho...

"Sábado eu tenho uma festa para ir. Seria ótimo se eu não fosse tão tímido, iria aproveitar muito mais. Até a Laurinha vai estar lá, mas eu não vou conseguir falar com ela, toda vez que eu chego em alguém do sexo oposto é um desastre, fico trêmulo, fico suando frio, o coração dispara. Às vezes tenho de tomar um 'chopp' para dar coragem, eu sou mesmo muito tímido."
        Mas, o que é timidez? Pode ser uma doença?
        Em alguns casos sim, outros não.
        A ciência tem procurado, ao longo dos tempos, interpretar o comportamento humano. Kurt Schneider (1887-1967), um dos grandes mestres da psiquiatria, considerou que a timidez poderia ser uma característica própria do indivíduo, fazendo parte da personalidade. Criou expressões como "inseguro de si mesmo" para pessoas que, entre outras dificuldades, apresentariam timidez.
        A psiquiatria contemporânea percebeu que algumas pessoas têm algo mais que uma "introversão" característica da personalidade. Nesses indivíduos a "timidez" seria excessiva e causaria prejuízos à vida diária. É o caso das pessoas que não conseguem assinar um cheque na frente de estranhos, chegando a sentir o coração bater mais rápido, mãos frias e trêmulas, vergonha excessiva, quase levando a sair correndo do local. Outro exemplo seria do professor que não consegue mais dar aulas por um medo inexplicável de que os alunos iriam perceber suas fraquezas, não conseguindo expor seus conhecimentos. Pode sentir nesses casos os mesmos sintomas descritos acima.
        Esse comportamento leva ao diagnóstico de "FOBIA SOCIAL". Frequentemente, os fóbicos sociais sem orientação adequada fazem uso de substâncias psicoativas como álcool e tranquilizantes, de forma indiscriminada para conseguir melhor desempenho em situações sociais rotineiras, gerando sérios problemas de ordem familiar, pessoal e profissional.
        Medicamentos e formas de psicoterapia específicos, quando bem aplicados, podem tornar essas pessoas com FOBIA SOCIAL curados, voltando em breve a ter uma vida normal.

Dr. Odeilton Tadeu Soares

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